Associação Mawon
Griots: os guardiões das palavras
Atualizado: 7 de abr. de 2020

Você já ouviu falar no termo griot? Os griots são contadores de história, cantores, poetas e musicistas da África Ocidental. São muito importantes para a transmissão dos conhecimentos dentro das culturas de diferentes países africanos, sendo também referidos como jali (em mandês), guewel (em wolof), iggawen (em hassania) ou arokin (em iorubá)¹.
O termo griot vem da palavra guiriot, em francês e da palavra criado, em português. Franceses e portugueses realizavam trocas comerciais com países da África Ocidental, transformando algumas palavras tradicionais em expressões nas línguas dos colonizadores.

Os griots utilizam diversos instrumentos em suas transmissões de conhecimentos, mais especificamente o kora, xalam, goje, balafon e o ngoni. Eles também transitavam entre os países firmando tratados comerciais e ensinavam às crianças danças, histórias e cantos ancestrais.
A oralidade, para eles, é sagrada e transmissora da paz. Pape Babou Seck, senegalês, chegou no Rio de Janeiro em fevereiro de 2018. Ele é griot e diz que no pais dele não há guerras porque as pessoas se comunicam fazendo brincadeiras, evitando conflitos e escutando as palavras dos griots, que transmitem segurança e esperança para seu povo.
Antigamente, os griots eram os conselheiros dos reis. Pape diz que não é possível se tornar griot, só se nasce assim, e o sangue é passado através do pai. Uma mulher griot que se casa com um homem que não o é não pode passar a tradição para seu filho ou filha.
Quer saber mais?
Quer aprender mais sobre a tradição griot no Rio de Janeiro? Pape dá aulas de percussão e tradição do Senegal às segundas-feiras na Praça Paris a partir das 18h. Para mais informações, escreva no whatsapp dele: +221 77 818 29 18 ou entre em contato com a gente se você gostaria de levar os ensinamentos de griots para sua organização ou empresa.

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¹ O mandês é falado na Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Senegal, Mali, Serra Leoa, Libéria, Burquina Faso, Costa do Marfim e parte do norte de Gana.
O wolof é a língua oficial do Senegal, também encontrado na Gâmbia e na Mauritânia.
O hassania é falado na Mauritânia, Saara ocidental, sul do Marrocos, Argélia, Mali e Níger.
O iorubá é falado na Nigéria, Benim, Togo e Serra Leoa.